Wednesday, January 30, 2013

Interview [Natassia]


Muita gente é adepta dos jogos em rede e outras ainda desejam conhecer. Um dos jogos mais populares atualmente é World of Warcraft (WoW) e para conhecer um pouco melhor esse universo, eu tive a honra de entrevistar uma GM, a Natassia! Esta é a primeira entrevista deste blog e a proposta é diversificar os assuntos (não apenas restringi-los à j-music). Então, vamos lá!


Keichan: Boa noite, Natassia-chin! É um prazer inaugurar a seção de entrevistas com você. 

Natassia: Boa noite, Nii-san, o prazer é meu. 

Keichan: Natassia-chin, vamos falar um pouco sobre World of Warcraft. Quando e como conheceu WoW?

Natassia: Bom, eu sempre joguei RPG de mesa, e daí pros MMO's foi um pulo. Conheci o WoW através de amigos que jogavam DoTA comigo, há mais ou menos oito anos. 

Keichan: E saberia dizer o que exatamente despertou sua atenção para WoW? 

Keichan: (Aliás, o que é DoTA?) 

Natassia: A princípio, a interação com pessoa do mundo todo. Eu não jogava no servidor oficinal no início, então encontrava exclusivamente brasileiros. Passando depois para o oficial, fiz amigos pelo mundo todo. Fora isso, a jogabilidade, quests, e principalmente a história do WoW (que eu já conhecia através do DoTA). A trilha sonora e os personagens também são muito envolventes. WoW é um vício. 

Natassia: (Um jogo que deu origem ao WoW) 

Keichan: Poderia nos dar mais detalhes sobre o jogo? Vamos supor que você esteja começando... Qual é a primeira tarefa ou objetivo? 

Natassia: Isso depende de qual facção, raça ou classe você escolher. Cada um "nasce" em uma parte diferente de Azeroth, em uma "tribo" específica, com missões específicas. 

Keichan: Ah! Mas então fale sobre a sua carreira. Como e onde foi seu começo em WoW? E não menos importante: foi difícil? 

Natassia: Sempre parece difícil pra quem nunca viu aquilo. São muitas informações na tela, e com o tempo, você acaba percebendo que precisa de mais, e mais específicas, e acaba recorrendo a addons. Eu acredito que a Blizzard tenha facilitado muito depois de traduzir o WoW para o português, tudo é muito intuitivo, você sabe o que tem que fazer, com quem falar, quem matar porque todas as informações estão lá, você só precisa ler. E ler é justamente o que o pessoal não faz na maioria das vezes. Eu sempre leio tudo porque adoro a história, então pra mim nunca foi tããão complicado. 

Keichan: Existem níveis em WoW, certo? Por quais níveis ou posições você já passou e em qual se encontra atualmente? 

Natassia: Sim, com a última expansão, você pode ter um personagem no nível máximo que chega a 90. E eu estou justamente no 90, com três personagens. Você pode criar 11 em cada servidor, num total de 50 somando todos os servidores. 

Keichan: Você então é uma espécie de GM?! Quais são suas responsabilidades básicas? 

Natassia: Eu sou GM da minha guilda, a Magisters. As responsabilidades básicas é coordenar, ajudar no que for possível, formar raids, grupos, ser sociável... O mais legal do WoW é justamente a interação, e eu tento aproveitar o máximo disso na guilda. 

Keichan: "Guilda". O que representa esse termo? 

Natassia: É uma "irmandade". Um grupo de pessoas que representa uma mesma "camisa" e se ajudam mutuamente. 

Keichan: Certo, obrigado pelo esclarecimento, Natassia-san. 

Keichan: Separei uma screenshot para analisarmos. Poderia nos deixar a par do que está acontecendo nela e explicar o que é cada item? 

Natassia: É claro. 


Natassia: Bom, esse screenshot é uma batalha de pets, recurso implantado na última expansão do WoW, a Mists of Pandaria. É basicamente uma batalha Pokémon. No jogo, você sempre pôde ter um pet (ou mascote), que é um bichinho que te acompanha, só pra fazer companhia. Depois do MoP, você tem os recursos de aumentar o nível de um pet que você escolher, capturar outros pelo mapa, e travar batalhas com os pets de outros jogadores. 

Keichan: São comuns as batalhas entre os pets? 

Natassia: Você opta por seguir esse caminho e upar seu pet, ou pode nunca fazer isso. É opcional, já que não te ajuda em nada no jogo, além de ser um passatempo. 

Keichan: Certo. Vamos para a próxima screen? 

Natassia: Vamos! 


Keichan: Parece que algo grande está acontecendo aí. 

Natassia: É um grupo de jogadores da Horda em frente à cidade da facção oposta, a Aliança. O nome da cidade é Ventobravo, e eles provavelmente estão planejando invadíla. Em frente à cidade você pode observar as estátuas dos heróis da Segunda Guerra. Na parte inferior da tela você pode ver as skills disponíveis pro jogador, que nesse caso, é um Elfo Sangrento Mago. 

Keichan: Interessante! Então existe todo um planejamento antes de se tentar uma investida. Leva muito tempo para fazer esse planejamento ou é algo relativamente simples? 

Natassia: Quando se trata de uma invasão de uma cidade principal, você precisa de mais ou menos 40 pessoas, que é uma raid completa. Dentro disso, tanks, healer e DPS's. É interessante escolher um horário onde hajam menos players acordados, tipo durante a madrugada. O objetivo, nesse caso, é invadir todas as cidades principais da facção oposta e matar cada um dos reis. Conseguindo fazer isso, você ganha um achievement e uma montaria de presente. Mas voltando à sua pergunta, dá pra de repente formar a raid e sair chamando os jogadores, não é algo que exija muita estratégia. Ao contrário de uma raid, onde você precisa de planejamento e táticas de luta. 

Natassia: Só complementando... 

Keichan: À vontade, Natassia-san. 

Natassia: Uma raid é um conjunto de mais de cinco jogadores, mas também pode ser interpretada como um local com bosses mais difíceis que o normal, onde você precisa estar em contato com todos os outros jogadores pra saberem o que fazer durante a luta. Ou seja, você precisa conversar enquanto a luta acontece. 

Keichan: Ah, estou curioso a respeito de uma coisa. O que acontece com os seus personagens quando você não está jogando? E a comunicação entre vocês é na tela do jogo mesmo ou existe um chat separado onde fazem isso? 

Natassia: Você pode conversar no chat do jogo, mas durante esses confrontos, usamos outros programas de comunicação por voz, já que digitar e usar os atalhos do teclado para as skills é perda de tempo. Os personagens desaparecem do jogo, e ficam te esperando logar outra vez. 

Natassia: Você tem uma lista com todos os personagens quando vai logar. É só escolher e ele vai reaparecer exatamente onde você o deixou. 

Keichan: Você é a GM da sua guilda. É possível algum dia você logar e não ser mais a GM? Como se fosse um golpe de Estado.

Natassia: Hahaha... Não! A não ser que eu fique muito tempo sem logar, mais ou menos três meses, se eu não me engano. Nesse caso, alguém da guilda pode abrir uma ocorrência através do próprio jogo ou do site do WoW para tentar tomar o meu lugar. 

Keichan: Haha, certo! E quanto ao trabalho de equipe... Ele é determinante para o sucesso? O relacionamento entre os jogadores pode ser relaxado ou precisa ser mais estreito? O que acontece por exemplo se dois membros da mesma guilda discutirem ou não se darem bem? 

Natassia: Eu acho determinante ser sociável e cortês no jogo. Dessa forma, você conhece outros jogadores, é convidado a grupos, essas coisas. Pode ser relaxado, falar besteira sempre é permitido, desde que todos saibam se concentrar quando for importante. Se membros da guilda discutirem abertamente, é dever do GM ou dos oficiais fazer o possível para resolver as coisas. Caso sejam brigas particulares, depende de cada jogador sair da guilda, simplesmente cortar contato ou bloquear determinada pessoa. 

Keichan: Vamos comentar mais uma screen? Achei uma bem interessante. 

Natassia: Vamos, é claro. 


Natassia: Essa é a imagem de Orgrimmar, a cidade principal da Horda. O jogador em questão é um Tauren Druida, que está lá no meio montado em um Kodo, rodeado por vários Shamans, que colocaram totens de fogo e água para formar o desenho. Pela armadura deles, trata-se da época do Burning Crusade. 

Keichan: Como você disse anteriormente, há jogadores no mundo todo. É possível você ser bem sucedido em WoW com apenas o idioma natal ou é necessário saber mais idiomas? 

Natassia: Hoje em dia, com servidores brasileiros e o WoW todo traduzido e dublado, você não precisa do inglês. Eu gosto mais do jogo no original, então gosto mesmo de ouvir e ler em inglês. Você pode ser bem sucedido, mas é claro que a comunicação com players de outra parte do mundo fica mais difícil. 

Keichan: Natassia-san, qual foi o tempo máximo que você já ficou afastada de WoW? 

Natassia: Dois meses. Mas não completamente, eu fiquei dois meses sem jogar. Mas existe um aplicativo no tablet que me permite acessar o chat da guilda e conversar com as pessoas. 

Keichan: Você é garota e é GM. Qual a proporção entre homens e mulheres no World of Warcraft? 

Natassia: Hoje em dia, sem dúvidas, há muito mais mulheres do que antigamente. Mas a proporção de homens ainda é muito maior, sem dúvida alguma. Quando uma pessoa realmente quer jogar, não se importa com o sexo dos companheiros, e muitas vezes nem sabe, já que homens criam personagens femininos, e mulheres, masculinos. 

Keichan: E mais difícil... Conseguiria definir WoW em 3 palavras? 

Natassia: World of Warcraft. O WoW se auto-define, não há nada que se aproxime. 

Keichan: Obrigadíssimo por todos os esclarecimentos, Natassia-chin. Como você sabe, este é um blog sobre música, então... vamos falar um pouco de música?! 

Natassia: Claro, música nunca é demais. 

Keichan: Atualmente, qual é a banda e música que você mais tem escutado? 

Natassia: The Dear Hunter. Descobri recentemente e não me apaixonava assim há tempos. É uma banda americana com tendências progressivas. 

Keichan: Você conseguiria fazer um top 5 das suas bandas preferidas? Por enquanto só as bandas. 

Natassia: Pink Floyd, The Racounteurs, Tears for Fears, Depeche Mode e Smash Mouths. 

Keichan: E quanto aos artistas solo, tem algum que você admira em especial? 

Natassia: Solo... Acho que guitarristas. Eu gosto muito do Buckethead e tenho ouvido a Clarice Falcão, ultimamente. Gosto do Rogério Skylab também, do Lobão... 

Keichan: Qual é aquela música que você considera como sua preferida entre todas? 

Natassia: Ah, a minha queridinha é a Breathe, do Pink Floyd. 

Natassia: Sempre foi. 

Keichan: Agora, vamos falar um pouco mais sobre você... Quais são os seus hobbies, Natassia-chin? 

Natassia: Bom, eu tenho trabalhado bastante. Mas nas horas vagas, eu gosto muito de tocar, ficar pela internet de bobeira, sair com alguns amigos para beber e jogar conversa fora... Nada muito especial ou intenso, porque eu preciso estar inteira no dia seguinte. (risos) 

Keichan: Quais são os seus livros preferidos, Natassia-chin? O que tem lido ultimamente?

Natassia: Eu tenho autores preferidos, acho mais fácil citar esse pessoal do que livro por livro. Eu gosto muito do Bukowski e do Proust. Deixando literatura de lado, eu gosto muito de graphic novels e algumas HQs, no entanto, atualmente ando com um livro de mitologia nórdica na bolsa. Tudo a ver. A verdade é que com essa onda de tablet, dá pra ter tudo ao mesmo tempo, no mesmo lugar, pra ler em qualquer lugar, o que ajuda, aliás, a experimentar coisas novas.

Keichan: Tem alguma frase preferida ou filosofia que gostaria de compartilhar?

Natassia: "Existem coisas piores que estar sozinho, mas geralmente leva décadas para entender isso e quase sempre quando você entende é tarde demais. E não há nada pior que tarde demais." - Charles Bukowski -

|| Natassia, um super obrigado por ter concedido a entrevista. Thank you! ||

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